Desde o Projeto 365 Canções (2010), o desafio é ser e estar à escuta dos cancionistas do Brasil, suas vocoperformances; e mergulhar nas experiências poéticas de seus sujeitos cancionais sirênicos.
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23 junho 2024
Operação forrock
No livro OPERAÇÃO FORROCK, Felipe da Costa Trotta, Arthur Coelho Bezerra e Marco Antonio Gonçalves assinam individualmente três textos sobre a tradição e a renovação das sonoridades - importações e exportações - do Nordeste brasileiro. Sanfona, rabeca, samplers, Gonzaga, Science, cordel, sertão e litoral são analisados como aspectos de uma grande "zona de contato" sonoro. Nesse ambiente, "ainda que outros artistas tenham desenvolvido narrativas mais plurais e menos estereotipadas, ainda hoje o som da sanfona e o sorriso de Gonzaga representam uma certa unidade identitária regional, reconhecida dentro e fora dos limites da região", escreve Trotta. "É na cultura afro-brasileira que encontramos a origem do ritmo que mais caracteriza a participação da tradição popular na música de Chico Science - o maracatu", escreve Bezerra. "Para o cordel a poética é apreendida através da performance em que o afetivo, o subjetivo e o conceitual aparecem na simultaneidade criando uma relação entre intérprete e ouvinte, sendo mesmo a própria performance uma condição na narrativa", escreve Gonçalves. Performance parece ser a palavra-chave para se entender as narrativas de Nordeste que a canção popular engendra na cultura nacional ao longo do tempo. Épocas, estilos, tradições e rupturas se representam no corpo de artistas diversos, sempre em negociação complexa com o mercado, para dar conta de cantar o "ser nordestino", essa invenção sudestina ainda e sempre em processo de operação.
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